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Reflexões com Sentido - Outubro

A reflexão do mês de Outubro dedica-se inteiramente ao meu tema mais querido, na sua vertente global.
A saúde mental.
O que é afinal a saúde mental? Segundo a OMS refere-se a um bem estar no qual o indivíduo desenvolve suas habilidades pessoais, consegue lidar com as vicissitudes da vida, trabalha de forma produtiva e encontra-se apto a dar sua contribuição para sua comunidade. Mais acrescento que a saúde mental engloba o bem estar físico, emocional e psicológico das pessoas. É assim parte indicissociável da saúde, ainda que com tanto estigma em redor.
Parece-me, hoje (amanhã e todos os dias), importante falarmos de alguns mitos que já nos acompanham há séculos e que teimam em dificultar a vida de quem tem a sua saúde mental afetada numa altura ou outra da vida.
É uma escolha; não tem cura; tem de fazer pela vida; tem tudo e ainda reage assim; não há tratamento; precisa de uma reprimenda; é fruto da imaginação; é preguiçoso; pouco inteligente; perigoso, ...
Podiamos continuar a enumerar expressões que tanto ouvimos (talvez pensemos!). Com certeza que ao ler se lembra de tantas outras, de pessoas, situações e momentos.
Foquemo-nos no essencial.
O que podemos, enquanto cidadãos, fazer?
Sermos agentes ativos (e saiba que isso também o protege a si no seu bem estar e equílibrio) Sermos compreensivos
Estarmos atentos ao outro
Questionarmos os estigmas
Sermos redes de suporte
Apoiarmos os nossos amigos e família
Sermos empáticos
E mesmo que não compreenda à partida, tente apenas ser o apoio de quem o procura (ou se não foi procurado, de quem está à sua volta!).
Quanto a cada um de nós, o que podemos fazer?
Construir um círculo de pessoas em quem confiamos, não nos permitindo isolar.
Ter momentos de prazer anotados e cumpridos.
Alimentarmo-nos bem.
Ter rotinas saudáveis de sono.
Tratar do nosso aspeto físico e nutrir o intelecto.
Conhecermo-nos (estranho dizer isto?! Experimente descrever-se e a outra pessoa do seu núcleo. Qual foi mais fácil?!)
Praticar a gratidão.
Fazer terapia!!!
As consultas de psicologia não devem ser apenas numa visão terciária - só quando o problema existe. A intervenção na saúde deve assentar numa perspetiva primária, de desenvolvimento de competências, de autoconhecimento e de inteligência emocional. Ainda não valorizamos isto na nossa sociedade. Questões financeiras, políticas e culturais ainda têm um peso inacreditável.
Trilhamos caminho, plantamos sementes... havemos de lá chegar.
Cuide de si, cuide dos outros, sejamos mais capazes de viver a nossa vida com o objetivo comum a todas as pessoas: sermos (não usei o verbo estar!) hoje melhores do que ontem.
Deixo-vos o desafio. Falaremos de quem somos, qual o nosso papel enquanto educadores, como funciona o nosso cérebro e o que é isto de emoções. Como cuidar da nossa saúde.
Não foi sobre isto que estivemos a falar?
